Sobre os bancos de dados do Arquiflora.rio
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Sobre os bancos de dados do Arquiflora.rio

Uma das estratégias do Paisagismo Sustentável é o uso de plantas nativas da região em que se está implantando o projeto. O uso dessas plantas ajuda na manutenção da biodiversidade local e proporciona alimentação própria para a fauna nativa, inclusive para insetos que ajudam no controle das pragas. Essas plantas também se adequam mais facilmente ao regime de chuvas da região, diminuindo o consumo de água potável para irrigação.

Outra questão muito importante é a não introdução de espécies de plantas consideradas invasoras no paisagismo. A introdução dessas espécies gera graves impactos ambientais à biodiversidade da flora local. Essas espécies interferem nos processos naturais da flora causando o deslocamento de espécies nativas e alterando cadeias ecológicas naturais.

Pensando em contribuir com o assunto, comecei uma extensa pesquisa sobre a flora nativa dos diversos estados brasileiros e também sobre as espécies que são consideradas invasoras no país. Com o resultado dessas pesquisas, estou alimentando dois bancos de dados aqui no Arquiflora: O Plantas nativas e o Plantas invasoras que podem ser acessadas no menu superior do site.

1) Banco de espécies de plantas nativas do território brasileiro

Fontes e métodos da pesquisa

A pesquisa para montar o banco de dados de espécies de plantas nativas começou com o levantamento de espécies de plantas indicadas em livros, sites e publicações sobre arborização urbana e paisagismo. Esse levantamento gerou uma lista de espécies para cada publicação. A escolha dessas publicações se baseou em suas relevâncias e reputação entre profissionais do meio.

As publicações utilizadas para o levantamento de espécies foram as seguintes:

O segundo passo para criar o banco de dados de plantas nativas foi levantar a origem de cada uma das espécies de plantas contidas nas publicações citadas acima. Para isso consultei a plataforma Flora Brasil 2020 do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O Flora Brasil 2020 classifica as plantas quanto a origem em nativas (brasileiras), cultivadas ou naturalizadas.

As plantas cultivadas ou naturalizadas não entraram no banco, assim como também, as que não constam no Flora 2020. Uma vez que a planta é classificada como nativa no Flora 2020, a próxima informação importante que busquei foi o estado de origem.

Cabe destacar que o Brasil é formado basicamente por 6 biomas com características bem distintas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampas e Pantanal (MMA, 2019). Cada um desses biomas abriga inúmeras e fabulosas espécies nativas que podem ser usadas no nosso paisagismo.

Resultados

O resultado da pesquisa está sendo lançado aos poucos no banco de dados de Plantas nativas e você pode acessá-lo no menu superior do site ou em https://arquiflora.rio/categoria/plantas-nativas/.

Por se tratarem de plantas indicadas em livros, sites e publicações sobre arborização urbana e paisagismo, são plantas que já se encontram em produção em viveiros e já são amplamente utilizadas pelos profissionais do meio. É importante lembrar que plantas para uso paisagísticos devem ser sempre adquiridas em produtores responsáveis. Não se deve, nunca, colher uma planta diretamente de um meio natural em que se encontra. Muitas plantas nativas do território brasileiro se encontram em perigo crítico de extinção, justamente por causa disso.

Cada espécie de planta nativa presente no banco possui uma ficha que contém a descrição da espécie, sua família, forma de vida, substrato, luz (necessidade de luminosidade da espécie), porte, uso, floração, frutificação, estado, domínio fitogeográfico, tipo de vegetação, sucessão ecológica, endemismo (no Brasil), status de conservação (na flora natural), outras características e a que publicações utilizadas na pesquisa pertencem. Além disso coloquei em cada ficha, o link da espécie na plataforma Flora Brasil 2020 e o link para a imagem ilustrativa da espécie que busquei no Creative Commons.

As informações sobre forma de vida, substrato, tipo de vegetação, endemismo e status de conservação foram buscadas na plataforma Flora Brasil 2020. Demais informações usadas no banco foram retiradas das publicações já citadas.

2) Banco de espécies de plantas consideradas invasoras no território brasileiro

Fontes e métodos da pesquisa

Para a criação do banco de dados de espécies de plantas invasoras, consultei a base de dados nacional do Instituto Horus – entidade de pesquisa e atuação na conservação ambiental, a lista de espécies de vegetais exóticos considerados invasores no município do Rio de Janeiro pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMAC) de acordo com a resolução 554, publicada no diário oficial do município em 31/03/2014 e o Guia de plantas não desejáveis na restauração florestal da Agroicone.

Por que integrar a lista de espécies consideradas invasoras no território brasileiro com a lista de espécies consideradas invasoras no município do Rio de Janeiro? Segundo o Instituto Horus quando uma espécie invade determinado ecossistema de um determinado estado, ela tem o mesmo potencial invasor em ecossistemas semelhantes em qualquer outro estado do território. Por isso o uso daquela espécie deve ser evitado em todo território brasileiro. Listas de espécies de plantas consideradas invasoras de outros estados serão acrescentadas ao banco no futuro.

Resultados

O resultado da pesquisa foi lançado no banco de dados de Plantas invasoras e você pode acessá-lo no menu superior do site ou em https://arquiflora.rio/categoria/plantas-invasoras/.

Cada espécie de planta considerada invasora no território brasileiro presente no banco possui uma ficha que contém a sua família, forma de vida, ambientes preferenciais de invasão, capacidade de estabelecimento, impactos ecológicos, vetores e vias de dispersão. Todas essas informações foram retiradas da base de dados do Instituto Horus. Além disso coloquei em cada ficha, links da espécie na base nacional do Instituto Horus, na plataforma Flora Brasil 2020 (quando existente), no Plants of the World online (Kew Science) e e o link para a imagem ilustrativa da espécie que busquei no Creative Commons.

Algumas espécies de plantas consideradas invasoras no território brasileiro podem ser nativas do próprio território, pois a ocorrência de invasão de espécies não é considerada por limites físicos (entre estados e municípios) e sim por ecossistemas. Assim uma planta nativa do domínio fitogeográfico floresta ombrófila pode invadir o domínio da floresta estacional semidecidual, competindo e causando danos às espécies nativas do segundo.

Nas fichas das espécies consideradas invasoras que são nativas do território brasileiro, criei um campo de observação sobre essa questão. Note que uma vez que a espécie seja considerada invasora, mesmo que nativa, ela não constará no banco de dados de espécies de plantas nativas, apenas constará no banco de espécies invasoras.

Mais sobre o assunto aqui no Arquiflora.rio

Essas pesquisas estão sendo feitas baseadas em literatura e sites especializados em Botânica e Paisagismo. Mas se você for usar as informações aqui contidas em projetos e trabalho científicos, recomendo que você acesse as fonte originais que utilizei, indicadas na página Bibliografia utilizada no site.

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